segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O trabalho do repórter fotógrafo Sebastião Salgado

Destaca-se no cenário da fotografia contemporânea a figura de Sebastião Salgado, um repórter fotográfico que capta de forma primorosa a luz em suas fotografias transformando-as em poderosos e latentes diálogos com o expectador. Seu trabalho é hoje reconhecido no mundo não apenas pela sua técnica e acabamentos em suas imagens, mas também pelos temas que aborda em suas fotos, como na série que retrata os trabalhadores na Serra Pelada:


Salgado, foi nomeado Representante Especial da Unicef em 3 de Abril de 2001, dedicando-se a fotografar as vidas dos deserdados do mundo. Esse trabalho está documentado em 10 livros e muitas exposições que lhe valeram a maioria dos prémios de fotografia em todo o mundo. "Desejo que cada pessoa que entra numa das minhas exposições seja, ao sair, uma pessoa diferente.", comenta Sebastião Salgado. "Creio que toda a gente pode ajudar, não necessariamente dando bem materiais, mas também tomando parte do debate e preocupando-se pelo que sucede no mundo."



Natural de Aimorés, Minas Gerais, onde nasceu em 1944, Sebastião Salgado é o sexto e o único filho homem de uma família com oito filhos. Estudou economia no Brasil entre 1964 e 67. Fez mestrado na mesma área na Universidade de São Paulo e na Vanderbilt University (EUA). Após completar os seus estudos para o doutoramento em economia pela Universidade de Paris, em 1971, trabalhou para a Organização Internacional do Café até 1973. Depois de pedir emprestada a câmera da sua mulher, Lélia, para uma viagem a África, Salgado decidiu, em 1973, trocar a economia pela fotografia. Trabalhou para as agências Sygma (1974-1975) e Gamma (1975-1979). Eleito membro da Magnum Photos, uma cooperativa internacional de fotógrafos, permaneceu na organização de 1979 a 1994. De Paris, onde vivia, Salgado viajou para cobrir acontecimentos como as guerras na Angola e no Saara espanhol, o sequestro de israelitas em Entebbe e o atentado contra o presidente norte-americano Ronald Reagan. Paralelamente, passou a dedicar-se a projectos de documentários mais elaborados e pessoais. Viajando pela América Latina durante sete anos (1977-1984), Salgado foi a pé a povoados remotos. Neles capturou as imagens para o livro e a exposição Outras Américas (1986), um estudo das diferentes culturas da população rural e da resistência cultural dos índios e de seus descendentes no México e no Brasil. Nos anos 80, trabalhou 15 meses com o grupo francês Médicos Sem Fronteiras durante a seca na região do Sahel, na África. Na viagem produziu Sahel: O Homem em Pânico (1986), um documento sobre a dignidade e a perseverança de pessoas nas mais extremas condições. Entre 1986 e 1992, fez Trabalhadores (1993), um documentário fotográfico sobre o fim do trabalho manual em grande escala em 26 países. Em seguida, produziu Terra: Luta dos Sem-Terra (1997), sobre a luta pela terra no Brasil, e Êxodos e Crianças (2000), retratando a vida de retirantes, refugiados e migrantes de 41 países.


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Fotógrafo reconhecido internacionalmente e adepto da tradição da "fotografia engajada", Sebastião Salgado recebeu praticamente todos os principais prémios de fotografia do mundo como reconhecimento por seu trabalho. Em 1994 fundou sua própria agência de notícias, a Imagens da Amazónia, que representa o fotógrafo e seu trabalho. Salgado mora actualmente em Paris com sua esposa e colaboradora, Lélia Wanick Salgado, autora do projecto gráfico da maioria de seus livros. O casal tem dois filhos.



É sempre bom conhecermos artistas fazendo trabalhos em Arte que fogem de se "auto biografar", mas propõem um diálogo sobre as causas tristes da humanidade. É fácil fechar os olhos, mas as fotos de Sebastião Salgado fazem com que suas imagens carreguem em si reflexões de forma até mesmo cativantes, mas não menos angustiantes ao espectador, através da capacidade do artista de usar a luz a favor do tema retratado, do enfoque e de sua sabedoria na forma de fazer suas composições demonstra a força e o silêncio inquietador da imagem, essência e fatores que fazem dela uma obra de arte.


Um comentário:

  1. Muito bom, parabéns pelo trabalho. Me ajudou muito! Muito obrigada!

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